quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Letras miúdas

Acontece assim, ó: as lojas Americanas, grande rede de comércio, bem conhecida, oferece, já há algum tempo, um cartão próprio (ao estilo Renner e C&A) para compras na loja. Apresentam as vantagens, claro, financiamento e compras em até 10 vezes sem juros. Magavilha.

Eis que compramos um aparelho de DVD e alguns filmes na dita loja. E minha querida mãe, que tem o dito cartão, se ofereceu para utilizá-lo e parcelarmos tudo em cinco vezes. Antes de efetuar a compra, perguntou ao atendente, no diálogo que segue:

- Esse valor dá pra fazer em quantas vezes, no cartão da loja?
- Até 10, se a senhora quiser
- Sem juros?
- Sim, sem juros
- Então faça em cinco... mas não será cobrado nenhum juro?
- Não, senhora

Ótimo, tudo feito, levamos o DVD e alguns DVDs (trcadilho proposital para um alívio cômico). Dias depois, quando minha mãe recebe a fatura em casa, observa que o valor está... bem, estranho. Me liga, para lembrar o que compramos. Eu disse, falei os valores que lembrava. Tinha coisa a mais ali. Ela liga, então para a Americanas. Eis a nova conversa:

- Vi que na minha fatura tem valores que não fecham com as compras. E vocês me disseram que não haviam juros. Mas tem valores a mais ali...
- Sim, senhora. É uma taxa que cobramos de R$ 5 por parcela.
- Quer dizer que eu vou pagar R$ 25 a mais pelas compras?
- Sim, senhora...

Daí, seguiu-se um bem dito sermão de minha mãe ao atendente, que não repasso aqui para não ocupar espaço. Conclusão: não há anuidade, não há juros, mas tem taxas. E que taxas! Minha mãe prometeu ir até a loja onde fez o cartão rasgar na frente deles. Pretendo ir junto, fotografar e postar aqui. Se fosse eu, daria a sugestão de um lugar justo onde enfiar o cartão.

Fiquei pensando no pessoal de (bem) baixa renda, que utiliza a loja para compras básicas, como, por exemplo, material escolar para os filhos. A criatura vai lá, escolhe bem os cadernos, lápis, mochila e vai gastar uns 100 reais, sei lá. E como essa grana vai fazer falta, faz nas 10 vezes que a boazinha loja oferece. Pagará 150 pilas.

Moral da história: cuidado com as letras miúdas de contratos, mesmo que elas não existam. E viva o capitalismo ianque.
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