segunda-feira, 16 de março de 2009

Watchmen, o filme


Por onde começar um texto sobre o Watchmen, o filme, sem parecer óbvio? A saída da sala de projeção é composta por pensamentos comparativos do filme com a série original nos quadrinhos, com outros filmes similares de homens fantasiados, da estética naturalmente homenageada às ilustrações originais, as teses de discussão que o filme causa... é muita coisa, ordenar tudo isso é difícil. Zack Snyder conseguiu, de novo, fazer uma adaptação fiel aos quadinhos sem estragar o filme. Foi assim com 300, escrito e ilustrado por Frank Miller e fielmente transposta às telas pelo diretor deste Watchmen. Mas agora ele foi além, e conseguiu não deixar zangados fãs mais afoitos da série, tida por muitos como uma obra-prima definitiva dos quadrinhos. Bom, eu também acho.

Vale ressaltar, primeiramente, que tanto os quadrinhos quanto o filme não são "de super-heróis", e sim "sobre super-heróis". (Peço pausa: como é redundante falar "tanto filme quanto quadrinhos", nesse caso, falarei só Watchmen, ok?). Continuando: a origem dos super-heróis da trama é convincente, crível no sentido de que eles estão no mundo real, ou o mais próximo disso. O ano é 1985 e Nixon é o presidente pela terceira vez. Os Estados Unidos vivem a crise do petróleo (1985?), uma guerra nuclear com os russos é iminente, e os ditos heróis estão proibidos. E precisamos deles? A resposta pra essa e outras questões que se apresentam durante Watchmen com maestria pela fidelidade da trama, pelo bom desempenho do elenco (a maioria desconhecidos do grande público) e, claro, pela mão firme e fanática (de fã, não pensa bobagem) de Snyder. Destaque no elenco para Jackie Earle Haley, o psicótico detetive Rorschach, (Batman?) que narra parte da história, e Billy Crudup, como o poderoso Dr. Manhattan (Super-Homen?). Brincadeiras à parte, atente às semelhanças que cada personagem guarda com outros, mais conhecidos, como os já citados Batman e Super-Homem. Coruja, outro herói de Watchmen, é um milionário que tem seu esconderijo que mais parece uma caverna, um meio de transporte altamente tecnológico e... bem, uma capa e só sai à noite, como uma coruja - ou um morcego. O que resta é a crítica. Qual o motivo deste sujeito em sair espancando criminosos? Tinha dinheiro, e vontade de fazer isso. Não, os pais não foram assassinados e não tem nenhum parceiro mirim por perto. O Comediante, o primeiro personagem que somos apresentados, é a linha que amarra todo o filme. Um homem tosco, patriota, inescrupuloso e fanfarrão. A cara do seu país. A "grande piada", uma das gags sensacionais que permeiam a narrativa, e que ele apresenta ora com remorso e tristeza, ora com gargalhadas e cinismo, é o retrato de Watchmen. É o autor brincando com seus interlocutores - ou apresentando de forma nada sutil o que pensa sobre heróis, política, capitalismo, guerras e o escambau.

Esqueça se quiser ler/ver Watchem como uma história de pancadaria entre super-heróis e super-vilões. Não é. As implicações sociais, políticas e humanitárias estão intrínsicas no filme - os colantes são um pano de fundo. Tudo isso é obra do mestre Alan Moore, um quadrinista exótico dono das melhores histórias em quadrinhos dos últimos tempos, incluindo aí dos heróis de praxe. V de Vingança, outra obra adaptada aos cinemas, também é dele. Mas aí os irmãos Wachowski mudaram bastante para o filme. É por essas e por outras que ele nunca aprova adaptações de suas histórias. E não assiste a elas. Nunca. O motivo é bom: ele as pensa para quadrinhos, ponto. Não deixa de ter razão - mas que Watchmen ficou uma maravilha, ficou!

Algumas partes da história do original foram supridas para o filme, por conta de tempo, principalmente. O filme já tem quase três horas, e o que foi deixado de fora não imposrta muito, apenas subtramas que enriquecem a obra, mas não compromete na falta. E parece que sairá uma história paralela no DVD do filme (ah, o capitalismo ianque!). Os quadrinhos são compostos por 12 edições, e acaba de sair no Brasil a versão definitiva da obra, bem cara, mas parece ser muito boa. Já tenho os originais, e terei que me $egurar por enquanto, mas fica a dica: veja o filme e leia os quadrinhos, se ainda não o fez. Imperdível. E você nunca mais verá os (super)heróis do mesmo jeito.

E... Moore, sei que você acabará por ver o filme. Finja não ter gostado, tudo bem, mas não perca a oportunidade. Se precisar de um disfarce, a máscara de Rorschach é uma boa dica.
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quinta-feira, 12 de março de 2009

Finalmente, um alento


Ok, não foi o jogo da salvação, muito menos o jogo da confiança total - os gremistas ainda tem ressalvas, claro, mas qual o time que não tem? Ou você acha que a maratona de informações sobre o Ronaldo Fofômeno acontece porque sabiam que ele faria esses gols? Ah, pára!

Voltemos ao tricolor. Foi superior, como deveria. Jogou bem melhor, como deveria. Perdeu vários e vários gols, de novo, como não podia! Caramba, Jonas, três bolas no mesmo lance? Eu sou um dos piores jogadores de futebol de todos os tempos, não participo nem de pelada com amigos pra não passar vergonha, e não envergonhar meus amigos por terem me convidado. Mas aquele gol eu faria. Eu, trave, bola no pé, sem goleiro... ou é gol ou... pô, ou é gol!!

Bom, ao menos ganhamos, e vamos adiante. Nos dois jogos até agora, o Grêmio se mostrou superior e com qualidades para chegar longe no campeonato. Assim espero. Ah, e quem queria que o Roth saísse ontem, ele é o que mais está rindo sozinho - e confiante, ele e o time. Periga ter perdoado Jonas e, talvez, dê até mais chances pro cara. Merece, afinal, embora não tenha acertado onde deveria, as jogadas e arrancadas foram de qualidade. Faltou o gol.

Saiu um só. Pra ontem, bastou. Queremos mais.

Dá-lhe Grêmio!
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terça-feira, 10 de março de 2009

Crise chega aos Simpsons

Impossível não postar essa notícia - ainda mais com meu garoto-propaganda aí do lado...


Do Terra

Simpsons perdem a casa por causa da crise financeira nos EUA


Em uma paródia sobre a crise econômica mundial, a família Simpsom perde a casa por falta de pagamento da hipoteca. Isso aconteceu no último episódio da série exibido nos Estados Unidos.No episódio, a família recebe uma carta na qual é comunicada que sua hipoteca mudou para um tipo variável, um dia após terem feito uma festança de Carnaval financiada com um crédito conseguido com o imóvel. A casa da família acaba nas mãos de Ned Flanders, o comportado vizinho de Homer Simpson, que aluga o imóvel aos antigos proprietários para não deixá-los na rua.

Quando será que Obama aparecerá no seriado? Será que ele devolverá a casa do patriarca Homer? Será que com o inve$$timento nas montadoras Homer finalmente trocará aquele carro caindo aos pedaços?

Simpsons, sempre ótimo.
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segunda-feira, 2 de março de 2009

Operação Valquíria


Reza a lenda que os filmes do Tom Cruise seguem um roteiro sempre adaptado para o próximo: ele é um canalha (ou algo próximo a isso), sofre um duro baque na vida e depois se regenera até a redenção no final do filme. Realmente, têm sido assim nas suas últimas incursões cinematográficas. Assisti Operação Valquíria e, graças, esse estigma parece ter quebrado. O baque que ele sofre é logo no início do filme, mas ele não é um canalha - ao menos, não o canalha de sempre. Arrependido por ser um seguidor de Hitler, ele entra num plano final de outros que pensam como ele para tirar o bigodinho do poder, e reerguer a Alemanha antes que o pior aconteça. E o pior, sabemos, aconteceu.
A atuação de Cruise é sempre a mesma, contida, o olhar obstinado, mas se supera nas partes do corpo que ele perde - não pensa bobagem, leitor, é o olho, uma mão e alguns dedos - e faz questão de mostrar (ou não!) no filme. Há, inclusive, cenas ótimas que ilustram bem esse fato. Não vou entregar, vá ver o filme. O bom elenco ainda conta com Kenneth Branagah, Bill Nighy, Terence Stamp e o sempre ótimo Tom Wilkinson. O que faz o Hitler, o desconhecido David Bamber, sinceramente, é fraco - depois de A Queda, acho difícil aparecer outro ator que faça um personificação impecável do Fuhrer como Bruno Ganz.
Voltemos à Valquíria. O que fica de maior mensagem é a humanização dos alemães, rotulados como nazistas durante muitos e muitos anos. Não dá para culpar quem acusa, nunca, mas como diz um velho ditado, toda unanimidade é burra. Uma das frases que mais emocionam no filme é quando um dos generais que quer tirar Hitler do poder diz que "temos que mostrar ao mundo que não somos todos como eles". Resume a orientação do filme e seu objetivo para o espectador - mostrar que nem todos os alemães eram seguidores do nazismo, e que não eram somente coadjuvantes passivos da obstinação de Hitler. Ainda que o intuito inicial tenha sido um insucesso, a vontade desses homens - e de muitos outros, foi cumprida a duras penas.
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